quinta-feira, fevereiro 28

As minhas raízes

Penso que já disse, as minhas raízes estão em Castelo Branco, mais propriamente numa aldeia a mais ou menos 29 Km da cidade. Tenho as melhores recordações dos meses de Setembro que lá passava todos os anos, quando pequena. Gostava de ir com as cabras, ao mato e, sobretudo, de ir às pinhas! Desunhava-me para apanhar as mais bonitas! Gostava dos serões (sem luz eléctrica), nas debulhas do milho. Gostava de apanhar uvas e do ritual do "pisa-uvas" na lagariça! Das belas banhocas na ribeira (onde aprendi a nadar), e de muito mais coisas!
A razão deste meu "escrito" é a de revelar a minha satisfação quando "vejo" visitas, aqui a este meu canto, de alguém de Álvaro (terra de que ouvia muito o meu pai falar, sobretudo da ponte de Álvaro e da importância da sua construção - aí já eu era crescida), e também de Abrantes, Santarém, terras por onde passava a caminho da minha aldeia - quase um dia inteiro de viagem!
Obrigada a todos os que me visitam, e um bem haja especial a essas pessoas!

quinta-feira, fevereiro 21

A caminho


Este tapa-um-bocadinho-mais-do-que-o-pescoço está a caminho de proteger a sua dona do frio! E viajou até ao Norte.

La araña Rita



Finalmente uma mochila! Fazia tempo que tinha esta para fazer, e não havia maneira! A miss Favinha vai ficar contente em ter uma saca com o seu nome!

Burro gigantesco


Este burro "gigantesco" (cognome dado pela dona) já andou pró colinho da miss Alfarrobinha! Espero que ele lhe tenha zurrado uns bonitos segredos ao ouvido!

quarta-feira, fevereiro 20

A minha ausência...


deveu-se à necessidade de organizar a minha casa. Vivo aqui há mais de vinte anos e estava na hora de ver o que para aqui andava a mais! Além de que esta minha actividade ocupa muito espaço e, depois da lufa-lufa do final do ano, estava tudo um caos! Agora está quase tudo pronto! Esta prateleira (das MCIdées) é uma pequena amostra. A dos pesarapus é muito especial! Depois, com mudanças de casa de amigas minhas (e tudo a que isso obriga!), o melhor era ser solidária!

quarta-feira, fevereiro 13

Depois da tempestade


É tão bom o sol entrar, assim, pela janela! Estes saquitos aproveitaram a boleia, muito embora a fotógrafa não seja do melhor! Lá iremos! Com calma!

sexta-feira, fevereiro 1

Para as mulheres da minha geração, mais ano, menos ano...

Recebi ontem este escrito enviado por uma amiga minha. Gostei e quero partilhá-lo aqui.



"AS MULHERES DA MINHA GERAÇÃO

.........elogio profundamente merecido! Hoje têm quarenta e muitos anos, inclusive cinquenta e tal, e são belas, muito belas, porém também serenas, compreensivas, sensatas e sobretudo diabolicamente sedutoras, isto, apesar dos seus incipientes pés-de-galinha ou desta afectuosa celulite que capitoneam as suas coxas, mas que as fazem tão humanas, tão reais. Formosamente reais. Quase todas, hoje, estão casadas ou divorciadas, ou divorciadas e casadas, com a intenção de não se equivocar no segundo intento, que às vezes é um modo de acercar-se do terceiro e do quarto intento. Que importa? Outras, ainda que poucas, mantêm um pertinaz celibatarismo, protegendo-o como uma fortaleza sitiada que, de qualquer modo, de vez em quando abre as suas portas a algum visitante. Que belas são, por Deus, as mulheres da minha geração! Nascidas sob a era de Aquário, com influência da música dos Beatles, de Bob Dylan, de Lou Reed, do melhor cinema de Kubrick e do início do boom latino-americano, são seres excepcionais. Herdeiras da revolução sexual da década de 60 e das correntes feministas, elas souberam combinar liberdade com coqueteria, emancipação com paixão, reivindicação com sedução. Jamais viram no homem um inimigo, apesar de lhe cantarem algumas verdades, pois compreenderam que a sua emancipação era algo mais do que pôr o homem a lavar a louça ou a trocar o rolo do papel higiénico quando este tragicamente se acaba. São maravilhosas e têm estilo, mesmo quando nos fazem sofrer, quando nos enganam ou nos deixam. Usaram saias indianas aos 18 anos, enfeitaram-se com colares andinos, cobriram-se com suéteres de lã e perderam a sua parecença com Maria, a Virgem, numa noite de sexta-feira ou de sábado, depois de dançar El Raton com algum amigo que lhes falou de Kafka, de Neruda e do cinema de Bergman. No fundo das suas mochilas traziam pacotes de rouge, livros de Simone de Beauvoir e fitas de Victor Jara, e, ao deixar-nos, quando não havia mais remédio senão deixar-nos, dedicavam-nos aquela canção, que é ao mesmo tempo um clássico do jornalismo e do despeito, que se chama "Teu amor é um jornal de ontem". Falaram com paixão de política e quiseram mudar o mundo, beberam rum cubano e aprenderam de cor as canções de Sílvio Rodriguez e de Pablo Milanez, conhecerem os sítios arqueológicos, foram com seus namorados às praias, dormindo em barracas e deixando-se picar pelos mosquitos, porque adoravam a liberdade e, sobretudo, juraram amar-nos por toda a vida, algo que sem dúvida fizeram e que hoje continuam a fazer na sua formosa e sedutora madureza. Souberam ser, apesar de sua beleza, rainhas bem educadas, pouco caprichosas ou egoístas. Deusas com sangue humano. O tipo de mulher que, quando lhe abrem a porta do carro para que suba, se inclina sobre o assento e, por sua vez, abre a do seu companheiro por dentro. A que recebe um amigo que sofre às quatro da manhã, ainda que seja seu ex-noivo, porque são maravilhosas e têm estilo, ainda que nos façam sofrer, quando nos enganam, ou nos deixam, pois o seu sangue não é suficientemente gelado para não nos escutar nessa salvadora e última noite, na qual estão dispostas a servir-nos o oitavo uísque e a colocar, pela sexta vez, aquela melodia de Santana. Por isso, para os que nascemos entre as décadas de 40 e 60, o dia da mulher é, na verdade, todos os dias do ano, cada um dos dias com suas noites e seus amanheceres, que são mais belos, como diz o bolero, quando está você. Que belas são, por Deus, as mulheres da minha geração!"
(escrito por Santiago Gambôa, escritor Colombiano)